Realizou-se no passado dia 19 de fevereiro, o lançamento da edição n.º 10 da Revista Tempo da Escola Portuguesa de Díli, cujo tema foi a Comemoração dos 75 anos das Nações Unidas.
Com a presença do Senhor Embaixador de Portugal em Díli, José Pedro Machado Vieira, do ex-Presidente e Prémio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, da Senhora Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação do Governo da República Democrática de Timor-Leste, Adalzija Albertina Xavier Reis Magno, do Dr. Bruno Lencastre, da UNDP, dos membros do Conselho de Patronos da escola e outras individualidades timorenses e portuguesas, bem como de inúmeros professores da escola e elementos da comunidade Diliense, a cerimónia de lançamento da mais recente edição da Revista Tempo decorreu com enorme elevação, projetando, mais uma vez, a qualidade das iniciativas da Escola Portuguesa de Díli assim como a promoção e divulgação da língua e cultura portuguesas.
DISCURSO DO PRESIDENTE DA CAP, ACÁCIO DE BRITO
Exmo. Senhor Embaixador de Portugal e em si um cumprimento a toda a comunidade portuguesa Exmo. Senhor Presidente Ramos-Horta e em si um cumprimento especial a todos os timorenses e ao mundo, enquanto Nobel da Paz Exma. Senhora Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, cumprimentando deste modo, também, a diáspora timorense Exmo. Senhor representante do Brasil, cumprimentando em si toda a comunidade lusófona Exmo. Senhor Dr. Bruno Lencastre, da UNDP, e em si o cumprimento a todas organizações parte do universo da UN Exmos. Membros do Conselho de Patronos e em vós um cumprimento a toda a comunidade da nossa escola Excelências e Ilustres convidados Distintos docentes Minhas senhoras, meus senhores Estimados amigos Hoje lançamos o número 10 da nossa revista Tempo. Este é o Tempo, afirmação da nossa Poeta Sophia de Mello Breyner Andresen para nos associarmos às celebrações dos 75 anos das Nações Unidas. Este é o tempo, sempre tempo de recordar que desde a nossa chegada em 2015, conseguimos fazer publicar esta revista da EPD, versando sempre temas que importam ao cumprimento da missão da Escola Portuguesa de Díli: a defesa da língua e cultura portuguesas neste espaço do sudeste asiático, lugar onde se cumpre e se vivencia o espírito da lusofonia que das américas à áfrica e europa se completa neste espaço encantante e encantador da ásia, Timor-Leste. Revista feita pelos nossos professores, alunos, funcionários e pais em que também prestamos contas do trabalho realizado e a realizar. Neste sentido, Tempo é, também de pessoalizar agradecimentos, aos docentes, Susana Vieira, Anabela Santos, Fátima Alves, Isabel Salsinha, Manuela Mora e Eduardo Fernandes pela edição deste número e, o apoio logístico do nosso infatigável Jorge Freitas. Com esta edição, a Tempo, conta com a prestimosa colaboração do nosso embaixador, José Pedro Machado Vieira, a que também se associam o Nobel da Paz José Ramos-Horta, Bruno Lencastre da UNDP, entre outros, professores e alunos, parte da nossa Escola, procurando demonstrar que o caminho do entendimento é desiderato a ser cumprido. Excelências, Minhas senhoras, meus senhores, As Nações Unidas, organismo internacional sucedâneo da Sociedade das Nações, procurou na sua génese a correção de alguns aspetos menos positivos da então organização internacional. Com início promissor fica, no entanto, marcada desde logo com o entendimento diverso das forças vencedoras da 2.ª guerra terminada em 1945. Churchill não perde, todavia, a sua capacidade de interpretar corretamente eventos futuros, como prova o famoso discurso que proferiu em Fulton, no Missouri, sobre a ameaça dos comunistas soviéticos, no qual cunhou a famosa expressão “Cortina de Ferro”. Entendemos por isso, que a Portugal tenha sido vedado o seu acesso ao lado dos países fundadores, por força do bloqueio por parte da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, lugar onde afinal o sol só brilhava para uns poucos, porque para a maioria, pairava o inferno dantesco de sofrimento humano inimaginável e, que com o seu poder de veto, limitou o apoio claro dos Estados Unidos e Inglaterra a essa nossa legitima pretensão. A 14 de dezembro de 1955, foi finalmente permitido a Portugal, membro fundador da Aliança Atlântica, a adesão a este importante instituto da diplomacia mundial. Excelências, Minhas senhoras, meus senhores, Recordamos no nosso editorial, um momento de relevo para a compreensão do mundo que aí vinha. Em 1958, Adriano Moreira participante na Assembleia Geral de então, em delegação presidida por Paulo Cunha, produz um relatório, dando conta que a partir da década de 60, Portugal teria sérias dificuldades neste areópago. Com base no report seria convidado no início da década de 60 para ministro do Ultramar, onde teria possibilidade de aplicar as reformas que preconizava, convidando mesmo Eduardo Mondlane, futuro presidente da Frelimo, Moçambique e, então quadro das Nações Unidas, do qual era amigo, para procurarem uma solução para o problema colonial português. Impossibilitado de o fazer, na sua plenitude, que obrigava ao reconhecimento das independências pretendidas, abandona o cargo, regressando à atividade de docência sendo Professor Catedrático em inúmeras universidades. Na política portuguesa, o regresso ocorre na década de 80 como presidente do CDS. Em contas simples, a Carta das Nações Unidas preconizava a defesa do fim da perspetiva imperialista europeia. O Professor Adriano Moreira em 1958, percebendo os novos ventos que sopram, entende claramente esse sentido da Carta! Excelências, Minhas senhoras, meus senhores, Nações Unidas! Papel relevante teve nos seus 75 anos, permitindo um espaço de diálogo, muitas vezes de surdos, provocando, salvo melhor e douta opinião, que, não obstante não perscruto, o melhor de si, com a materialização do processo conducente à independência de Timor-Leste. Timor e as suas gentes no quotidiano de uma luta sofrida, no interior e na diáspora, Portugal, que nunca se esqueceu da sua responsabilidade, inscrevendo no seu texto constitucional essa obrigação e as Nações Unidas enquanto espaço e lugar de busca de entendimentos, aparentemente difíceis de encontrar, são a melhor das homenagens a estes seus 75 anos, inteligidas no esforço abnegado e sofrido de tantos, que se materializou no dia 20 de maio de 2002. Dia do nascimento de uma Pátria independente e da idealização da nossa Escola Portuguesa de Díli que se materializa a 6 de dezembro de 2002. Obrigado. Disse. Díli, 19 de fevereiro de 2021 |
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