É com as mãos que sentimos, que cumprimentamos, que descobrimos o nosso mundo, o mundo dos outros, outros mundos. Quando estamos tristes é com as mãos que limpamos as lágrimas que descem do nosso rosto. De manhã, quando acordamos ensonados, esfregamos os olhos para espreitar um novo dia. Foi com as mãos que brincámos na nossa infância, foi com as mãos que escrevemos as primeiras letras.
É com as mãos que desenhamos, pintamos… É com as mãos que colhemos uma flor para oferecer a quem amamos…
Assim surgiu a ideia de conversar com o Senhor Eliseu (artesão timorense), no sentido de saber se ele poderia fazer a minha mão com a sua arte e se me dava autorização para transformar o seu trabalho num outro trabalho. Gentilmente ele acedeu a esta iniciativa, tendo colaborado comigo até então.
Comecei então a pintar o que trouxe comigo de Portugal e também o que espero um dia levar de Timor, tendo a certeza que seguramente levarei uma grande riqueza no meu coração.
A simplicidade e humildade é uma riqueza que descobri neste povo e neste país, por isso pretendi que a simplicidade transparecesse também no trabalho que realizei.
Em abril de 2021 vivi com muita intensidade e angústia o período das cheias, tendo despertado em mim a necessidade de ajudar, de amparar, de cuidar, o que me fez sentir muito bem comigo mesma e com os outros.
A Escola Portuguesa de Díli, onde sou professora, teve um papel social muito importante no amparo às famílias e de grande solidariedade na distribuição de refeições. Durante semanas, muitas foram as crianças que vieram à escola: comiam refeições quentes, foram acarinhadas e, no meio do que estavam a viver, havia sempre um sorriso reconfortante.
Termino, referindo que, como sou professora e porque considero que a Arte deve ser também um veículo de Paz e Solidariedade, 1000 dlrs (mil dólares) do valor das vendas desta exposição reverteram a favor da Instituição “Congregação das Filhas de Caridade Canossianas”, tendo já sido encaminhada para os cursos profissionais de Três jovens da Instituição
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