Reabilitação do muro e parque lúdico-desportivo

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Intervenção do Presidente da CAP – Dr. Acácio de Brito Excelência Embaixador de Portugal Excelência Embaixador Gregório de Sousa Excelência Cônsul de Portugal em Díli Excelências membros do Conselho de Patronos Distintos docentes Caros funcionários Estimados alunos Minhas senhoras, meus senhores De modo preambular quero neste momento prestar público agradecimento pelo trabalho de missão, abnegação pessoal e profissional de todos aqueles que num momento muito difícil disseram, estamos aqui, permitindo que hoje todos nós possamos desenvolver o nosso mister e, que esta nossa escola possa dar cumprimento à sua atividade primeira, dando cumprimento de uma obrigação basilar, Manter a Escola Portuguesa de Díli um espaço de referência da língua e da cultura portuguesas, exigente nos propósitos, qualificante e qualificadora dos recursos humanos. Se o desiderato primeiro, a promoção e difusão da língua e da cultura portuguesas, bem como dos laços linguísticos e culturais entre Portugal e Timor-Leste, a contribuição para a promoção socioeducativa dos recursos humanos proporcionando uma formação de base cultural portuguesa, deve constituir um objetivo estratégico. Hoje marcamos um ponto final num processo que foi pessoalmente doloroso, mas humanamente enriquecedor. Com Ortega Y Gasset aprendemos que a construção do nosso Eu deriva de que somos um Nós e as nossas circunstâncias, com Júlio Fragata, “Tantos e todos sendo” e, com Agostinho da Silva com o sentido da divisão, quando o próprio, dividia o seu dia de trabalho e reflexão em dois períodos distintos. A este ano, atípico, pelas razões sobejamente conhecidas, acrescente-se a calamidade de 13 de março em Díli. A nossa Escola, objeto de uma destruição devastadora, a que só as mãos e vontade de tantos permitiu que hoje esse momento seja, apenas, uma recordação menos boa. O que recordamos, foi a vontade inquebrantável de tantos, professores, funcionários, alunos, pais e toda a comunidade diliense que na hora disseram em uníssono, estamos aqui! Excelências, Um agradecimento especial ao nosso Embaixador pelo apoio que sempre merecemos, nos bons e nos menos bons momentos que vamos vivenciando. Não posso deixar de referir neste momento de alegria, um agradecimento especial ao Doutor Ramos-Horta, um apoio sempre presente, ao Senhor General Lere que com os seus garbosos militares desde o primeiro momento prestou-nos uma ajuda inestimável, não esquecendo o Major Sarai que no comando, in loco, honrou todas as forças da F-FDTL. À Polícia Nacional de Timor-Leste – PNTL. Ao governo de Timor-Leste. E, Ao Comandante Xanana Gusmão, também, um sentido obrigado. Finalmente a todos, e foram tantos que de modo anónimo foram inexcedíveis no apoio que nos deram um obrigado que não cabe neste nosso mundo. Concluímos o processo de reabilitação da nossa Escola, destruída por força da calamidade do fatídico 13 de março com a reconstrução do muro, o muro não das lamentações, mas da recordação de um momento menos bom, promovendo, também, a construção de um parque lúdico-desportivo. Michel Crozier, académico do pensamento organizacional, plasma na sua obra um sentido interessante do conceito de crise. Foi o que vivemos foi o que vivenciamos. Melhoramos o espaço escolar, valorizando valências que vão desde a informatização total da nossa escola, como aumentamos o nosso acervo bibliográfico, não esquecendo o lado lúdico nas aprendizagens com a intervenção do espaço que colocamos ao dispor de toda a comunidade escolar. Não descuramos o lado humano e social e o papel de todos na comunidade diliense que estamos inseridos. Mas na tradição anglo-saxónica, onde por força da minha formação académica me sinto presente, o tempo, também é, ou sobretudo tem de ser da considerada “accountability”. E deste modo posso afirmar sem correr o risco do contradito que toda a intervenção feita na EPD foi suportada financeiramente por recursos próprios da nossa Escola. Este ano letivo de 2020/2021, atípico e excecional pelo tempo pandémico que vivenciamos, mas na senda dos anteriores, requer a conjugação de vontades e esforços no sentido de dotar a Escola Portuguesa de Díli de uma maior capacidade de resposta aos problemas que se nos colocam e procurar uma melhor integração dos nossos alunos no meio em que se movimentam, perspetivando o sucesso desejado. “É preciso prestar atenção a todas as coisas que acontecem pelo primeira vez. Não só às coisas que acontecem pela primeira vez na nossa vida. A todas as coisas as que que acontecem fora da nossa vida e dentro de outras vidas.” Clara Ferreira Alves dixit Obrigado. Disse. Díli,11 de novembro de 2020